29.10.09

Sim


Não tenho mais medo do vento.
Ele ontem me chamou e eu fui. Andei com ele por nossos países adormecidos.
Conversamos sobre névoas e cantos.
Ele me explicou que não é com sustos que se constrói uma casa. E me mostrou as vírgulas, tão precisas e delicadas.
O vento mudou meu parágrafo da história e agora escrevo com gosto de romance.

Não me interessa o número de páginas e personagens. Não me interessa que cochilem em algumas partes desinteressantes.
O que vai amarrar meu enredo é essa certeza de uma história vivida no músculo.
Não me interessam as críticas desse meu emaranhado de letras.
Meu livro de amor vai ter sempre gosto de sim.

E meu amigo vento me ajuda a voltar as páginas pra ler de novo e de novo. Como uma vontade de voltar ao mar num dia de praia, estirada ao sol.