Hoje acordei brincando de dezembro. Me cansei dos ônibus, da chuva, do frio.
Me senti sexy e poderosa do alto do meu mau-humor. Gritei com umas vinte e cinco pessoas diferentes. Uma delas não merecia. E gritei mais alto por isso.
Andei rápido, perdi a hora, esqueci quase uma vida em casa.
Me lembrei de tudo, apaguei metade. E tem sido assim nesse meio de ano tão covarde.
Meu período fértil, minhas roupas fora do armário, minhas fotografias sem photoshop, meus escritos em guardanapo, meu pai sem visita, minhas festas adiadas, minhas olheiras, meus sonhos interrompidos, minha tosse.
Tudo engasgado, engavetado, sujo, amassado.
Me cansei de ser essa que adia minha alegria.
Não sei como eu sobrevivo a mim.
Me senti sexy e poderosa do alto do meu mau-humor. Gritei com umas vinte e cinco pessoas diferentes. Uma delas não merecia. E gritei mais alto por isso.
Andei rápido, perdi a hora, esqueci quase uma vida em casa.
Me lembrei de tudo, apaguei metade. E tem sido assim nesse meio de ano tão covarde.
Meu período fértil, minhas roupas fora do armário, minhas fotografias sem photoshop, meus escritos em guardanapo, meu pai sem visita, minhas festas adiadas, minhas olheiras, meus sonhos interrompidos, minha tosse.
Tudo engasgado, engavetado, sujo, amassado.
Me cansei de ser essa que adia minha alegria.
Não sei como eu sobrevivo a mim.