27.12.11

chegada


'speak low when you speak love'

a ventania no portão de casa não chiava. as vírgulas, suspiros e sorrisos descansavam em volta. a primavera desesperada não poderia prever você.
a que sonhava, sonhava baixo, pra vida não acordar.
o sonho era curto, era susto. o sonho não previa você. no sonho não cabia você.
a que sonhava, sonhava pouco. doses eram costume.
os dias curtos tinham gosto de alerta, plaquinhas saborosas e desavisadas que brincavam na correria do destino.
a que sonhava esqueceu de acordar naquele dia. o que era curto virou imenso. o que era parede ganhou céu. muito sangue pra pouco corpo. muitas mãos pra pouca tarde.
agarrar com dedos o amor desperto. e aí sim: lá se vão os sonhos com os pés no chão.

todo dia.

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